Candidíase de repetição e alimentação
- Audrey Braga
- 2 de abr. de 2017
- 4 min de leitura

A candidíase ou monolíase vaginal é uma micose. Presente na maioria dos seres humanos não representa um problema a menos que esses organismos comecem a crescer acima de suas quantidades consideradas normais. A Micose é causada por fungos e eles estão em todos os lugares, este simples organismo pode ser encontrado na terra, água, ar, solo em todos os ambientes rurais e urbanos. Um simples fungo só pode ser visualizado com microscópio, porém quando visualizamos colônias conseguimos fazer a olho nú (mofos, bolores).
Mas o que os fungos tem haver com o nosso o funcionamento de nosso organismo?Os principais fatores causadores desta micose incluem o uso abusivo de antibióticos, gravidez, diabetes, infecções, deficiência imunológica, medicamentos como anticoncepcionais e corticóides, uso de desodorantes íntimos ou de roupas íntimas inadequadas, desequilíbrios intestinais e consumo excessivo de açúcares refinados, que é o principal alimento da Candida Albicans. Além de nutrir a Candida o doce modifica o pH intestinal, deixando o ambiente alcalino, o que favorece a proliferação dos fungos e a diminuição das bactérias benéficas, que preferem um meio ácido. O curioso é que esses fungos liberam uma toxina que interfere em alguns neurotransmissores, o que acaba atacando o seu desejo de doce, já que os fungos precisam de açúcar para crescer.
SINAIS E SINTOMAS
Algum dia você pensou que a sua falta de energia ou a vontade angustiante de doces pode ter relação com o crescimento fúngico?O nosso organismo possui um complexo sistema que mantém o equilíbrio entre as boas e as más bactérias, as comensais e fungos. Um desequilíbrio nesta (microbiota intestinal) que chamamos de disbiose irá favorecer o crescimento fúngico e microorganismos que até então tinham pouca virulência, irão se tornar agressores.A cândida e outros fungos produzem toxinas, que no organismo humano podem atingir a corrente sanguínea e produzir uma vasta gama de sintomas que se manifestam principalmente em 5 áreas do nosso corpo:a) Sistema digestivo – provocando gases, distensão abdominal, diarréia alternada com constipação e múltiplas alergias alimentaresb) Sistema nervoso – fadiga anormal, dificuldade em se concentrar, irritabilidade e confusão mental, perda de memória, insônia, depressão, tontura, alterações de humor, dores de cabeça, náuseas, sensação de queimação, dormência, entre outrosc) Pele – psoríase, eczema, sudorese excessiva, acne e infecções nas unhas.d) Trato genito-urinário – nas mulheres, principalmente tensão pré- menstrual, infecções vaginais recorrentes, e perda da libido. Nos homens inclui prostatite recorrente e impotência.e) Sistema endócrino – hipo ou hipertireoidismo, principalmente os de origem auto-imune.O conjunto destes sintomas devido à infecção por cândida pode ser chamado de candidíase polisistêmica.
TRATAMENTO NUTRICIONAL – ALIMENTAÇÃO E SUPLEMENTAÇÃO
Na avaliação (rastreamento metabólico) o nutricionista funcional irá identificar as queixas e os sintomas:É importante ressaltar que a candidíase não pode ser curada somente através das alterações dietéticas propostas, mas estas são de fundamental importância para a eficácia do tratamento antifúngico usualmente empregado. A dieta garante que a cândida não cresça ou que tenha um crescimento insignificante.O mais importante no que se refere ao tratamento da infecção pela cândida é melhorar a função digestiva e o sistema imunológico, assim a cândida não encontrará ambiente propício para o seu crescimento excessivo.Frente aos alimentos mais envolvidos no crescimento da cândida, é importante, evitar frutas ricas em açúcar como as desidratadas, frutas, sucos de frutas, alimentos fermentados como cerveja, vinho e queijos, pães e grãos contaminados, produtos de origem animal (principalmente a carne vermelha e de porco, gordura animal, manteiga, leite e outros laticínios, amendoim, pistache, castanha de caju e coco ralado, sementes e alimentos refinados.
Evitar a ingestão de amendoim ou seu óleo, uma vez que freqüentemente estão contaminados com aflatoxinas e fungos considerados imunossupressores.
PrefiraAlimente-se com mais peixes e óleos de peixe (ricos em ácidos graxos Ômega 3), alho, cebola,azeitonas, azeite de oliva, hortaliças verdes, ervas, especiarias, semente de linhaça e produtos à base de soja como o tofu e o iogurte.
Alguns suplementos também são indicados como coadjuvantes no tratamento da candidíase:
PROBIÓTICOS: são as bactérias intestinais benéficas que residem no nosso intestino e funcionam como um antibiótico natural contra bactérias patogênicas, vírus e fungos como a cândida. Para isso é importante que estejam em equilíbrio na nossa microflora. A melhor maneira de serem obtidos é através de suplementos de lactobacilos e bifidobactérias. Podem ser utilizados por via oral ou como uso tópico no caso de infecções vaginais recorrentes.
PREBIÓTICOS: como os frutooligossacarídios (FOS), por exemplo. Aconselha-se associá-los ao uso dos probióticos, uma vez que alimentam os lactobacilos, aumentando sua população e assim conferindo maior proteção intestinal.
ÁCIDO CAPRÍLICO: é um ácido graxo de cadeia média presente no coco. É um potente agente antifúngico.
CEBOLA E ALHO: são efetivos no combate tanto da cândida quanto de parasitas. Devem ser consumidos na forma crua ou em suplementos de óleo ou extrato de alho. O processamento do alho em cápsulas provoca perda de parte de sua atividade antifúngica. A alicina é o elemento essencial no óleo de alho, responsável pelas propriedades terapêuticas antibacterianas, antiinflamatórias e antifúngicas. Utilizar diariamente durante 1 a 3 meses.
ÓLEOS:
O óleo de peixe tem atividade antifúngica comprovada, havendo também benefícios através da ingestão de peixes como truta, salmão, sardinhas, atum e bacalhau por pelo menos 3 vezes/semana. O óleo de prímula, de borage e groselha preta são ótimas fontes de Omega 6. Óleo de semente de linhaça é boa fonte de ácidos graxos Omega 3 e 6. Todos estes óleos tem propriedades antifúngicas. Destaca-se neste grupo o óleo de orégano e de coco por suas propriedades antibacterianas, antifúngicas, antiparasíticas e antioxidante.
ALOE VERA GEL: assim como a espirulina ou clorela têm ação no combate a cândida, principalmente devido ao seu efeito estimulante sobre o sistema imune. Além de suas propriedades antioxidantes e antiinflamatórias.
VITAMINAS/MINERAIS: o sistema imune necessita de alguns nutrientes para o seu bom funcionamento como a vitamina A, beta caroteno, vitamina E, iodo, selênio, zinco, ácido fólico e biotina. Esta última é uma das vitaminas do complexo B, e também tem atividade evitando a conversão da cândida na sua forma mais invasiva.
ALGAS MARINHAS: são ricas em selênio e iodo que têm atividade de inativar os fungos. Antes do advento das drogas antifúngicas o iodo era o “remédio” mais potente contra a cândida e outros fungos.
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